quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais sobre os godos

Os godos eram um dos povos germânicos que, de acordo com suas tradições, era originário das regiões da Escandinávia, especificamente de Gotland e Götaland (atual Suécia). Eles migraram em direção ao sul e conquistaram partes do Império Romano na Península Ibérica e na Península Itálica. Duas tribos muito próximas, os Gutar e os Götar, permaneceram na Escandinávia e também são frequentemente chamados de godos, são tratados separadamente, como gotlanders e geats. Segundo sua própria lenda, relatada pelo historiador godo Jordanes em meados do século VI, os godos, sob o comando do rei Berig, chegaram em três barcos ao sul do mar Báltico, onde se instalaram após derrotar os vândalos e outros povos germânicos.

O historiador romano Tácito registra que, nessa época, os godos se distinguiam por usarem escudos redondos e espadas curtas e obedecerem fielmente a seus reis. O povo godo abandonou a região do rio Vístula, que corresponde à atual Polónia, durante o reinado de Filimer, na segunda metade do século II, e chegou ao mar Negro após muitas aventuras. Foi possivelmente a pressão dos godos que obrigou outros povos germânicos a exercerem, por sua vez, uma forte pressão na fronteira do Danúbio com o império romano, na época do imperador Marco Aurélio.

Durante o século III, foram muitas as invasões godas nas províncias romanas da Anatólia e da península balcânica: eles saquearam as costas asiáticas, destruíram o templo de Éfeso, chegaram a penetrar em Atenas e avançaram sobre Rodes e Creta. Durante o regime de Aureliano (270-275), obrigaram os romanos a se retirar da província da Dácia, no outro lado do Danúbio.

Os godos que viviam entre os rios Danúbio e Dniester receberam o nome de visigodos ("godos do oeste"). Os do outro ramo, que no século IV se haviam estabelecido na área que viria a ser a Ucrânia, foram denominados Ostrogodos, nome que significa "godos do leste" (em alemão diz-se Westgoten e Ostgoten, o que significa "Godos do Oeste" e "Godos de Leste", respectivamente, segundo a Wikipédia em alemão).

Os visigodos iniciaram uma das primeiras grandes invasões "bárbaras" do Império Romano a partir de 263, saqueando Bizâncio em 267. Um ano depois, eles sofreram uma derrota devastadora na batalha de Naissus e foram expulsos para além do Danúbio em 271. Esse grupo então se fixou e estabeleceu um reino independente centralizado na província romana abandonada da Dácia. Tanto os Ostrogodos quanto os visigodos nitidamente se romanizaram durante o século IV pela influência do comércio com os bizantinos, e por sua participação em um pacto militar com Bizâncio para ajuda militar mútua. Eles se converteram ao arianismo durante esta época.

A dominação huna do reino Ostrogodos iniciou-se na década de 370, e sobre a pressão dos hunos, o rei visigodo Fritigern em 376 solicitou a Valente (então o imperador romano do oriente) que permitisse que ele se estabelecesse com seu povo na margem sul do Danúbio. Valente deu a permissão, e até mesmo ajudou os godos a cruzar o rio, provavelmente na fortaleza de Dorostorum, mas devido à escassez eclodiu a guerra gótica de 377-382, e o imperador Valente foi morto na batalha de Adrianópolis.

Os visigodos sob comando de Alarico I saquearam Roma em 410. O imperador Honório concedeu-lhes a Aquitânia, onde eles derrotaram os vândalos e em 475 já governavam a maior parte da península Ibérica. Enquanto isso, os Ostrogodos se libertaram do domínio huno após a batalha de Nedao, em 454. A pedido do imperador Zenão I, Teodorico, o Grande a partir de 488 conquistou toda a Península Itálica.

Os godos foram brevemente reunificados no começo do século VI, sob o Ostrogodos Teodorico o Grande, que se tornou regente do reino visigótico após a morte de Alarico II na batalha de Vouillé, em 507. Procópio de Cesareia, escrevendo nesta época, interpretou o nome visigodos significando "godos ocidentais" e Ostrogodos como "godos orientais", o que correspondia à distribuição de então dos reinos godos.

O reino Ostrogodos persistiu até 553 sob Teia, quando a Itália caiu brevemente sob controle bizantino, até a conquista dos lombardos em 568.

O reino visigodo durou mais, até 711 sob Rodrigo, quando capitulou à invasão omíada da Andaluzia.

Curiosidade: Beowulf, o herói do poema (agora filme), era um Godo.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Godos

(RODRIGO)

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